MINHAS LETRAS, MINHA VIDA

Escrever o que sente ou sentir o que escreve? Eis a questão.

Textos


PAGANDO AS CONTAS
Estava aguardando minha vez de ser atendido para poder regularizar minha situação junto a escelsa, empresa fornecedora de energia de meu estado, quando impacientemente levantei-me e fiquei a espreitar pela janela, estava a olhar para o nada e vi um vendedor de pamonhas, e me veio uma idéia meio absurda na mente, destas que só temos de vez em quando, foi daí que fiquei atento aos outros insatisfeitos clientes e quando alguém reclamava de alguma coisa lá estava eu pronto para zuar o plantão.
Uma senhora que estava a mais de 40 minutos e nada de ser atendida reclamou:
- Tá doido este pessoal tão pensando que a gente é o que?...
- Pamonha, pamonha, pamonha. Dizia eu desesperado pela janela como se estivesse a chamar o vendedor  daquelas iguarias do milho.
Todos se entreolharam e deram um sorrisinho meio que malicioso, e continuaram as reclamações.
Um senhor disse:
-Credo in cruiz este pessoar deve de ta achando que nóis é o que?
-Pamonha, pamonha, pamonha. Continuei a gritar pela janela, desta vez com mais veemência.
O senhor olhou para mim como que indignado e disse-me:
-Hei, você ai! Se ta pensano que noís aqui é trouxa ou o que?
E eu da janela não parava de gritar.
-Pamonha, pamonha, pamonha.
Todos ficaram atentos a minha pessoa, inclusive aquele senhor insatisfeito.
Foi ai que chamaram uma outra senha no painel por diversas vezes e ninguém se prontificou a ir ate ao atendente, e esse como que enfurecido gritou de lá:
- Que é isso gente? Vocês vão ficar ai parados feito um bando de Pamonhas?
Foi então que ninguém mais foi atendido, pois caíram de “pau” para cima do pobre do atendente.


Marcelino Rocha
Enviado por Marcelino Rocha em 07/12/2008
Alterado em 07/12/2008


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras