MINHAS LETRAS, MINHA VIDA

Escrever o que sente ou sentir o que escreve? Eis a questão.

Textos


Funcionário engraçadinho passava os dias a incomodar uns e outros.

Até que um dia cismou com a sua chefia imediata, essa chefia tinha um nome: Maria das Graças, bastou ela haver chamado sua atenção um único dia e então a pobre sofreu o diabo nas garras do dito engraçadinho.

Ele chega ao corredor da repartição em época de carnaval com um sambinha na ponta da língua e ensaiou alguns passos, e cantava aquela homenagem insólita para dona Graça:

-         A Graça quer Dizer, a Graça quer falar...

-         Ninguém pode lhe deter,

-         Ninguém pode lhe calar,

-         E eu canto assim...

-         Diz graça, diz Graça....

-         Fala graça, fala graça

          Diz graça, diz Graça.... Fala diacho!

-         Squindo, Squindo.

A pobre da chefe irritava-se mas nada podia fazer.

E o engraçadinho arranjava jeitos e maneiras para irrita-la e ofende-la.

Outro dia ele chegou meio poeta e recitou uns breves versos para a dona Graça que dizia assim:

-         Os dias passam, passam os dias, e cada dia que se passa me lembro de minha chefia.

A dona Graça achando que o comportamento do engraçadinho havia mudado agradeceu consternada e indagou,

-         mas por causa de que lembras da chefia?

O engraçadinho de imediato respondeu bem alto para que todos pudessem ouvir:

-         é mais ou menos assim dona Graça, todas as vezes que os dias vão se passando da senhora eu vou lembrando, tipo assim... “vai dia”, “vai dia” “vai dia”, “vai dia”, vai dia dona Graça.

E saiu se esbaldando de rir.

Esperou passar mais alguns dias e voltou com outra tiradinha.

-         Sabe dona Graça, quando eu a vejo eu lembro das historias que minha mãe me contava antes de dormir, tinham muitos personagem, e um que a senhora me faz lembrar é a fada de uma certa historia que minha mãe me contava

Dona Graça muito feliz agradeceu achando ser ela um elogio e exclamou:

 

-         Mas por que cargas d’água eu te lembro a fada?

Ele respondeu de imediato,

-         é o seguinte dona Graça eu olho para a senhora e comento com os meus colegas:

-         ah! “Essa fada”, “Essa fada”, “Essa fada”, “Essa fada”. E novamente saiu rindo.

Passados alguns dias dona graça teve a idéia de fazer uma festa de confraternização entre todos os funcionários, e o gozador foi o convidado numero 1.

No dia marcado para a confraternização, lá veio ele todo serelepe e foi logo avisando:

-         Hoje meus caros colegas de trabalho, eu não irei sacanear muito a dona Graça por ser hoje um dia especial, mas para não perder o costume eu já tenho uma muito boa preparado para ela e em seguida começou a pegar no pé de cada um de seus colegas.

Dona Graça a tudo ouvia, e imediatamente entrou em sua sala e digitou um texto e logo após entregou ao Gozador e solicitou que ele o lesse em alto e bom som, e ele leu e assim estava escrito:

Caro senhor gozador,

Venho por meio desta lhe informar que após passados muitos dias, muitos dias mesmos, e pude avaliar toda a sua trajetória nesta empresa, conclui finalmente a não existência de fadas, pelo menos neste local de trabalho, e em face desta súbita analise, que durou muitos dias, e olha que “ foi dia”, “ foi dia”, “ foi dia”, “ foi dia minha paciência" se esgotou e você não se emendou. E é por esse motivo que segue anexo a este comunicado interno, a sua tão merecida carta de DEMISSÃO, pois neste dia sua "missão", "missão", "missão", "missão", acabou, e concluimos por fim chega "de missão".

 

Sem mais.  

 

 

Maria das Graças

Gerente operacional

Marcelino Rocha
Enviado por Marcelino Rocha em 20/11/2008
Alterado em 22/11/2008


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